Série “Orçamento”: entenda como se forma o orçamento federal |
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Ter, 16 de Agosto de 2016 17:06 |
Diante desse quadro, diversas dúvidas surgiram com relação ao tema “orçamento”. Para ajudar a comunidade do IFSC a entender melhor o tema, iniciamos uma série de matérias com essa temática, que serão publicadas às sextas-feiras. No primeiro texto, falaremos sobre o orçamento federal.
Para entender como é elaborado o orçamento do governo federal, é preciso conhecer três siglas: PPA (Plano Plurianual), LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e LOA (Lei Orçamentária Anual). Os três são instrumentos previstos na Constituição Federal que são ligados entre si e formam um sistema integrado de planejamento e orçamento que deve ser adotado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
O PPA estabelece o planejamento para um período de quatro anos. Ele tem vigência do segundo ano de um mandato presidencial até o primeiro ano do mandato seguinte. Por meio deles, o governo estabelece programas para atingir os objetivos estratégicos para o País dentro do período de vigência do plano.
Enquanto o Plano Plurianual funciona como um planejamento de longo prazo, a LOA trabalha com o curto prazo, materializando as ações e programas a serem executados anualmente e os recursos financeiros que serão destinados a eles. Ela pode ser entendida como o “orçamento” propriamente dito, ao estimar as receitas que o governo espera arrecadar durante o ano e as despesas a serem realizadas no mesmo período.
O projeto de Lei Orçamentária Anual é feito até 31 de agosto de cada ano pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e precisa ser aprovado pelo Congresso até o encerramento do ano legislativo. Os deputados e senadores podem alterar a proposta, obedecendo a determinadas regras, aumentando ou reduzindo projetos e valores por meio de emendas parlamentares.
A LOA deve seguir as diretrizes estabelecidas por uma lei anterior, a LDO, cuja aprovação também é feita pelo Congresso. A Lei de Diretrizes Orçamentárias destaca do PPA os investimentos e gastos prioritários que devem compor a LOA. A LDO em vigor é a lei 13.242, de 30 de dezembro de 2015.
Divisão dos recursos
Boa parte dos recursos administrados pelo governo têm origem em impostos pagos pela população e pelas empresas ou por empréstimos junto ao mercado financeiro interno e externo. Esse dinheiro vai para uma espécie de “conta bancária” do Governo Federal, a chamada conta única, para posteriormente ser distribuído entre os programas conforme a LOA.
Receita da União prevista pela LOA a cada ano nos últimos cinco anos. (Fonte: Leis orçamentárias anuais)
A LOA em vigor neste ano é a Lei 13.255, de 14 de janeiro de 2016. Ela estimou em R$ 3,05 trilhões a receita da União para o ano, dos quais aproximadamente 97% vão para despesas com órgãos, fundos e entidades da administração direta e indireta (na qual o IFSC está incluído, por ser uma autarquia) dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Os cerca de 3% restantes (R$ 97 bilhões) devem ser investidos nas empresas em que o Estado atua direta ou indiretamente, ou seja, nas quais possua a maior parte do capital social com direito a voto (ex.: Correios, Infraero, Petrobras, entre outras).
Esses valores ainda podem ser alterados ao longo do ano, por meio de decretos, portarias e medidas provisórias que abram créditos suplementares ou que transfiram dotação orçamentária de um órgão para outro. As alterações, no entanto, devem seguir normas estabelecidas em leis (como a própria LOA).
Junto com o texto da lei, o portal da Presidência da República disponibiliza para consulta e download os volumes da LOA - documentos que detalham a distribuição do orçamento da União. São seis volumes, dos quais para a comunidade do IFSC os mais relevantes são oI (detalhamento da receita), II (distribuição por programas de governo) e V (detalhamento dos créditos orçamentários Ministério da Educação e dos órgãos vinculados a ele, incluindo o IFSC).
Orçamento da Educação Principais destinos da receita da União em 2016, de acordo com a Lei Orçamentária Anual.
A LOA de 2016 estabeleceu que a despesa do Ministério da Educação (MEC) e das autarquias vinculadas a ele (incluindo IFSC) para este ano era de R$ 99,8 bilhões, a terceira maior dentre os ministérios, mas R$ 3,6 bilhões inferior ao que estabeleceu a LOA de 2015. Esses recursos foram destinados aos programas previstos no Plano Plurianual “Educação de qualidade para todos” (R$ 46,8 bilhões), “Gestão e manutenção do Ministério da Educação” (R$ 38,5 bilhões), “Previdência de inativos e pensionistas da União” (R$ 11,6 bilhões), “Reserva de contingência” (R$ 2,6 bilhões), “Operações especiais: cumprimento de sentenças judiciais” (R$ 33,6 milhões), “Operações especiais: gestão da participação em organismos e entidades nacionais e internacionais” (R$ 8,5 milhões), “Operações especiais: serviço da dívida interna (juros e amortizações)” (R$ 5,4 milhões) e “Operações especiais: outros encargos especiais” (R$ 4,5 milhões).
Enquanto os programas “Gestão e manutenção do Ministério da Educação” e “Previdência de inativos e pensionistas da União” dizem respeito basicamente a gastos com a administração de pessoal do MEC e das autarquias (por exemplo, salários, auxílios, capacitação e contribuição previdênciária de servidores) e de verba específica para veiculação de publicidade de utilidade pública, o programa “Educação de qualidade para todos” é o que mais lida com as atividades-fim do ministério e autarquias vinculadas. Nele estão incluídos recursos para expansão e reestruturação de instituições de ensino e hospitais universitários, assistência estudantil, concessão de bolsas a alunos, apoio ao transporte e alimentação escolares, aquisição de livros e fomento a ensino, pesquisa e extensão, entre outras.
Uma análise sobre as despesas do MEC autorizadas para 2016, incluindo comparação com anos anteriores e detalhamento pelas diferentes redes de ensino (básica, profissional e superior) está disponível no site da Câmara dos Deputados, feita pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da casa legislativa.
Rede Federal e IFSC
O orçamento da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológia e o orçamento do IFSC – como eles são elaborados e como os recursos são distribuídos por câmpus e Reitoria – serão tema de matéria na próxima sexta.
Para saber mais sobre o orçamento federal, visite o Portal do Orçamento Federal.
Por Coordenadoria de Jornalismo IFSC |